segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O Anjo Exterminador por Eny de Oliveira

Sem dúvida alguma um filme intrigante. Repleto de metáforas de difícil compreensão, Luis Buñuel expõe as mazelas da sociedade aristocrática de uma maneira inquietante.  Buñuel nos convida a participar de um jantar onde o prato principal é natureza humana. Independente da casta social que ocupam, nas situações limite as pessoas se revelam. Animais ocupam as cenas numa clara analogia comportamental.  Aqui os instintos selvagens são colocados à prova.
O filme explora a contextualização política, sempre atual no sistema capitalista e aborda a psique humana, levando-nos do desespero ao alívio por não estarmos naquela casa. Entretanto, ele faz você se perguntar o tempo todo se você está do lado de dentro ou do lado de fora. Fica explícito o bloqueio social das camadas superiores – quem está fora não consegue entrar e quem está dentro não consegue sair.
Ao final, não consegui deixar de pensar no nosso saudoso poeta Cazuza e lembrei-me do seu desabafo: a burguesia fede.

Um comentário:

  1. Nossa tinha comentado sobe a burguesia fede, quando li o teto da Priscila, não tem mesmo como não lembrar. Hehe. Mas felizmente nosso grande poeta Falcão chamou a atenção para o real fato que apensar de feder, ela contorna o problema por ter dinheiro para compra perfume. +P

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