quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Azul e Onde está o Cinema?


(Para primeira e última aula de análise fílmica e história de Cinema- Oficina Oswald de Andrade)

Sem muito querer poematizar, preciso falar de Cinema.

Onde está o Cinema?
Nem adianta me responder que no shopping tem um cinemark.  Tô falando de Cinema, A Arte.
Hoje na última aula na Oswald de Andrade, Falamos de Teoria de Cinema e fui feliz em saber o Cinema dos homens da caverna. O filme é “Bisão Observador”, Lhe adianto a sinopse: “Arqueólogo adentra caverna e bisão  observa todos seus passos, depois corre.” Cinema 4D, gente! Incrível. Imagina é o espectador participando do filme não somente se projetando na história, mas é parte dela. (Nós que nos projetamos nos personagens ou eles que já foram feitos para serem projetados em nós?)
Aula de teoria. Usa-se muito “ismo”. Coisa que detesto, mas fazer o quê se a humanidade precisou arquivar tudo, fazer relatório. Exemplo: neo-realismo e etc...
Se há tanto “ismo”, Me pergunto Onde está o Cinema? Em que “ismo” ele se encontra?
O que os estudantes vão estudar daqui a alguns anos?
Cinema do Pobrismo, Pequenismo, Desaparecismo.
Cadê o Cinema?
Me doeu particularmente ouvir do célebre Sylvio, que cinema é uma arte em extinção...Por isso quero saber onde está o Cinema e o que fazer com ele. Quero ver se tem jeito. 

AZUL
Por volta dos meus seis anos de idade, Eu não sei por que cargas d’água, eu achava que tinha inventado o céu, Levantava todo dia cedo e ia pra enorme janela da minha antiga casa e ‘brisava’ olhando minha obra. Eu não contava para ninguém, aliás, eu não era muito de falar. Eis que um belo dia meu pai destruiu minha vida, Quando eu passava pela sala, ouvi ele reclamar com a TV: “De novo esse filme velho, já tem uns 200 anos”. Olhei pra TV e vi um belo plano do céu e pensei: “ué, se esse filme tem duzentos anos, como eu inventei o céu? Esse filme inventou primeiro. Pois então vou fazer filme e inventar coisas.”
Não exatamente com essas palavras, Não sei também se foi aí que nasceu a vontade de Cinema em mim, Há outras histórias. Mas o céu é azul.
Na minha primeira aula na Oswald, Truffaut parecia fazer alguma relação de Cinema com Azul.
Numa outra célebre aula (sempre o mesmo adjetivo) da Oswald, Humberto Mauro disse “Cinema é cachoeira”
Um pouco antes dessa aula, Monica Nador em sua exposição na Pinacoteca, comenta sobre um artista que contava uma técnica para pintar cachoeiras, linhas para baixo e azuis.
Ao mesmo tempo, Na aula de Computação Gráfica, I.C.  O professor ao falar de arte egípcia,nos conta que eles usavam bastante a pedra lápis-lazúli .Preciosa e raríssima.
E azul.
Sem mais delongas. Cinema há de ser azul e deve ser lápis-lazúli, Precioso e raro.
Será que teremos que garimpar cinema?
Matar, morrer e traficar cinema?
Cinema, além de caro, que já é,Raro também não dá.
Célebres entusiastas do Cinema (como eu) vamos, por favor, amá-lo e preservá-lo.
Fazer Cinema de verdade.
Cinema azul claro- tipo Truffaut ou azul escuro- tipo Godard, azul bebê- curta metragem ou azul marinho- documentário.
Há muitos azuis, Há muitos cinemaS, Vamos cinemar, Vamos reverberar.
Vamos pintar o mundo.
De azul.

Bruna Therolly
 15/12/2010


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